terça-feira, 8 de abril de 2008

Lágrimas ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Tomo a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

by Florbela Espanca

2 Comentários:

Blogger OUTONO disse...

Ler Florbela Espanca...é comentar o amor quente de mulher paixão.

Florbela Espanca, quanto a mim, foi a única, que exclamou amor com saudade e dor.

Efemeramente...não continuou a sua procura...

8 de abril de 2008 às 22:34  
Anonymous Anónimo disse...

qd chorares uma lagrima divide-a comigo...eu choro a outra metade..e ajudo a limpar a tua..

9 de abril de 2008 às 08:53  

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