domingo, 16 de setembro de 2007

Transgénicos

A comunidade científica – e até a Organização Mundial de Saúde – farta-se de divulgar estudos e artigos suficientes para tranquilizar os consumidores.
Mesmo assim, permanecem e, nalguns casos, avolumam-se os mitos e os fantasmas em relação aos alimentos geneticamente modificados.
A destruição de uma plantação de milho transgénico em Silves, por um grupo de activistas anti-OGM, foi, até à data em Portugal, a expressão máxima do medo associado aos transgénicos.
Ou talvez a expressão de interesses. Ou, e porque não?, a expressão da ignorância.
A designação correcta de «transgénicos» é: organismos (são todos os seres vivos: plantas, animais, bactérias, microrganismos…) geneticamente modificados (OGM).
Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), são «organismos nos quais o material genético (ADN) foi alterado de uma forma que não ocorre naturalmente».
A tecnologia aplicada para a modificação genética dos organismos chama-se «Biotecnologia Moderna», «Tecnologia dos Genes», «Tecnologia do ADN Recombinante» ou «Engenharia Genética».
A aplicação desta tecnologia implica melhoramentos na evolução natural das plantas. Com a aplicação desta tecnologia pode melhorar-se ou modificar-se dezenas de características numa planta.
Exemplos:
- Pode controlar-se o amadurecimento da planta, torná-la resistente a insectos, a herbicidas, a vírus, à secura, ao excesso de salinidade, a metais pesados no solo…
- Pode produzir-se plantas que acumulam determinadas substâncias (tais como a pró-vitamina A) ou plantas que acumulam menores conteúdos de substâncias que podem causar alergias (como o glúten).
- No futuro, será possível produzir algodoeiro cuja fibra já terá a cor desejada; para isso bastará introduzir um gene responsável pela produção de determinado pigmento natural.
- Outro exemplo, e já fora do sector das plantas, e que é considerado um êxito da biotecnologia, é a produção de insulina através desta tecnologia; antigamente eram precisas dezenas de animais para extrair insulina para os diabéticos e hoje isso é conseguido num balão de Erlenmeyer, no qual se cultiva uma estirpe de microrganismo geneticamente modificado para insulina humana.
- A vacina contra a hepatite é produzida, há anos, numa levedura geneticamente modificada.
- A vacina contra a doença de Aujeszky.
- A vacina contra a raiva.
- O tabaco tolerante e a Bromoxynil também são produtos OGM (aprovados ao abrigo da Directiva 90/220/EEC a partir de Março de 2001).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) cultivam-se plantas geneticamente modificadas (GM) porque existem vantagens tanto para o produtor como para o consumidor, na medida em que se traduz em produtos de preço mais reduzido ou com maiores benefícios (em termos de durabilidade ou valor nutritivo) ou ambos.
A expressão «milho BT» designa o milho cuja semente é geneticamente modificada e surgiu devido à introdução na própria planta de um gene de produção de toxina de uma bactéria chamada Bacillus Thuringiensis (BT) provocando assim a resistência a insectos.
Segundo a s estatísticas, os transgénicos demonstram ganhos de produtividade na ordem dos vinte por cento.
A entidade responsável pela segurança e risco dos produtos alimentares é a EFSA, Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (European Food Safety Authority). Colabora com as autoridades nacionais dos países da UE, fornecendo aconselhamento científico e promovendo a comunicação dos riscos existentes.
Portugal produz transgénicos, mas para já apenas milho (não existe nenhuma empresa nacional que produza sementes de milho transgénicas, por isso, são obtidas por empresas internacionais).
O milho GM produzido em Portugal destina-se, em exclusivo, à produção de rações para o gado.
Os produtos GM que circulam no mercado internacional são algodão, milho, soja, colza, papaia, chicória, squash (um tipo de abóbora), batata, incluindo os seus derivados, e alguns aditivos que habitualmente são empregues na produção de múltiplos produtos alimentares. Por isso, cereais, bolachas, chocolates, polpa de tomate, hamburgers, pizza e outros podem conter OGM.
É obrigatório que o rótulo contenha a informação de que o produto é GM, do género: «este produto contém farinha de milho geneticamente modificada».
Em 2006, em Portugal, foram cultivados cerca de 1250 hectares com variedades de milho GM. Este ano, a área aumentou 330 por cento, tendo atingido o total de 4129 hectares distribuídos por:
Alentejo = 2369 ha, Lisboa e Vale do Tejo = 1163 ha, Centro = 489 ha, Norte = 57 ha e Algarve = 51 ha
Actualmente, 51 países utilizam variedades GM (destes, 22 fazem cultivo de plantas GM e 29 aprovaram a importação de variedades GM para consumo humano ou animal.
Os EUA lideram a produção (com mais de 4,8 milhões de hectares seguidos pela Argentina (18 milhões) e Brasil (11,5 milhões).
Na União Europeia, os países que cultivam plantas GM são Espanha (o maior produtor na UE), França, República Checa, Portugal, Alemanha e Eslováquia.

Serão então os produtos OGM prejudiciais à saúde?
Não existe, para nenhuma das variedades transgénicas aprovadas a nível internacional, qualquer dado que demonstre que as plantas transgénicas são mais prejudiciais à saúde do que as variedades convencionais. Existem, até, declarações de instituições nacionais e estrangeiras que garantem que as variedades que estão aprovadas não constituem um risco adicional para a saúde humana ou animal, não havendo, até á data, registos de intoxicação alimentar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça, dizendo que «não foram revelados efeitos sobre a saúde humana resultantes do consumo de tais produtos alimentares pela produção geral dos países onde foram aprovados».
Isto não significa, no entanto, que se possa garantir a sua segurança a cem por cento. Não há nenhuma tecnologia que assegure em absoluto a segurança de um produto, seja ele proveniente de agricultura biológica, de agricultura convencional, de agricultura integrada ou tenha sido melhorado geneticamente.
O que é certo é que não há nada que nos diga que é TOTALMENTE seguro a utilização destes produtos geneticamente modificados.

Será seguro o consumo de produtos GM?

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

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semelokertes marchimundui

22 de dezembro de 2009 às 11:32  

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